Há quem chegue ao mercado de trabalho acreditando que o mundo está na palma das mãos e que basta apenas empolgação, um diploma e a autoestima para que o cargo que tanto se deseja seja conquistado. Mas, convenhamos que entre o “querer” e o “acontecer” existe uma longa lista de gaps que precisam ser preenchidos e que exigem muita dedicação e espaço de tempo considerável.
Pois bem, o que vejo e que não gostaria de observar nas empresas é que encontramos um número elevado de “fedelhos mimados”, acreditando que ao saírem das instituições de ensino encontrarão as “portas abertas” aonde quer que cheguem. Ou, ao se dedicarem exaustivamente a um concurso, encontrarão um planeta maravilha, onde nem dor, nem sofrimento farão parte do seu dia a dia. O céu na terra!
Esses profissionais de primeira viagem, esquecem que antes deles, encontram-se no mercado de trabalho milhares de outras pessoas com uma gama valiosa de competências tanto técnicas como comportamentais que foram conquistadas através de muita determinação, foco e a humildade.
Para complicar a situação, os “mimados” ainda têm a certeza de que ao conquistarem uma vaga – essa será sua pela “eternidade”. Pior acontece quando se sentem entediados por alguma razão, “batem o pé” e tentam ditar suas próprias normas, esquecendo-se de que devem trabalhar em equipe e que existe uma cultura organizacional que precisa ser respeitada. Tudo isso, por acreditarem que se encontram em suas casas, redutos em que todas as vontades são realizadas em um simples estalar de dedos.
E não para por aí… Quando ouvem alguma resposta negativa às “justas reivindicações” feitas à Organização, vão direto ao chefe relatarem a injustiça que sofreram. Não recebendo o feedback desejado, recorrem à área de Gestão de Pessoas e mais uma vez as justificativas que apresentam deixam a desejar e a situação não se altera. Resultado: só existe uma resposta lógica – “Esta Organização não me merece! ”. Pensam: “Rapidamente, encontrarei uma organização melhor! ”. E quando se dão por conta ou passam a colecionar uma lista de passagens “relâmpago” pelas corporações ou, então, amargam uma longa espera até obterem uma nova chance no mercado de trabalho. O mais estarrecedor é que não largam o osso.
Convenhamos, as empresas precisam atender às expectativas dos profissionais. Por outro lado, esses “fedelhos mimados” precisam conscientizar-se de que trabalho não é brincadeira e que ninguém está pronto a atender aos seus caprichos. Afinal, a “Síndrome da Garantia do Emprego” torna-se uma “casca de banana” e nem todos conseguem levantar-se quando levam um tombo. Humildade sempre fez e fará bem aos profissionais, em qualquer etapa de suas carreiras! É só para refletir. Até breve!
Fundadora da CreScer Group, consultoria renomada no desenvolvimento de lideranças, esposa há 31 anos e mãe da adorável Talyta. Atua há mais de 30 anos no mercado em posições estratégicas nas áreas de gestão de pessoas. É psicóloga, com extensão em psicodrama e assessment pela TTI Sucess Insights e pós-graduada em marketing, com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas pela FGV. Coach e Mentora com certificação internacional pelo Integrated Coaching Institute, pelo Center for Advanced Coaching e Erlich Organizações, e em metodologias ágeis pela MindMaster. Autora do livro “Um RH Visto de Cima – O que a Alta Administração Espera que Você Saiba para Fazer a Diferença” e coautora de outros quatro livros significativos na área. Eleita profissional do ano pela Associação Brasileira de Liderança nos anos de 2018, 2021 e 2023, combinando assim, experiência, educação e paixão para impactar o campo da liderança empresarial.